Estratégia

“O retorno de Donald Trump ao poder não é apenas um evento político. É um sintoma visível de um processo mais profundo – o avanço da “enTRUMPia”, uma onda de caos que parece sem fim. Polarização radical, guerras em expansão, risco nuclear, colapso climático.

O mundo se reorganiza em torno de fissuras, não de pontes. Se a entropia é a tendência natural de qualquer sistema fechado ao colapso, Trump atua como um catalisador. Um agente de aceleração da desordem, desestabilizando instituições, corroendo o tecido da confiança social, normalizando o absurdo.”

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Áudio artigo da coluna de Fred Gelli para a Fast Company Brasil: ENTRUMPIA O Colapso Autoimune da Sociedade e o Potencial Regenerativo da Natureza​

“Acabo de voltar de uma sequência de experiências que chacoalharam minha cabeça e meu coração. Foram 15 dias entre o Web Summit Lisboa, onde fiz uma palestra no palco Creative, em seguida mais uma semana mergulhando no mundo da arte contemporânea na 60ª edição na Bienal de Arte de Veneza, que este ano contou pela primeira vez com a curadoria de um brasileiro, Adriano Pedrosa.

Em comum, os dois eventos são os maiores palcos de discussão e apreciação de suas respectivas áreas. No primeiro, mais de 70 mil pessoas do mundo todo compartilham a vanguarda da cena de inovação e tecnologia, em que, naturalmente, a grande protagonista foi a evolução exponencial das inteligência artificiais.”

Tudo começou com um sachê de ketchup. O ano era 1986. Eu tinha mudado para o curso de design da PUC/ Rio depois de ter entendido que o sonho de ser engenheiro naval e desenhar veleiros não era para mim (levei três semanas para amarelar para o Leithold, livro de cálculo de 600 páginas escrito em uma língua alienígena). Estava no segundo período de desenho industrial e tinha que escolher um tema para o meu próximo projeto.

Naquela tarde, na cantina do IAG comendo um pedaço de pizza, me vi travando uma batalha com um sachê de catchup (sim, cariocas cometem essa heresia de colocar ketchup na pizza!), e claro que ele venceu!Todo lambuzado de vermelho, me lembrei que tinha tido, poucos dias antes, outra experiência traumática tentando abrir um lacre de alumínio de um vidro de xarope. Pronto, meu tema estava escolhido. Iria fazer um projeto sobre embalagens mais inteligentes.

Qual o poder da origem quando falarmos de originalidade? Como ideias originais podem nascer? Fred Gelli (CEO da Tátil) convida Clayton Caetano (Head de Branding e Design do Itaú) para um papo sobre a força da origem na construção da marca mais valiosa do Brasil.Uma conversa que permeia o design, o branding e as trajetórias pessoais de Fred e Clayton.

No dia 7 de setembro de 2016, às oito da noite, a contagem regressiva começava: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, 0. Nesse exato momento, o atleta americano Aaron Wheelz dropa uma mega rampa de skate de 30 metros, construída sob a supervisão de Bob Burnquist, e salta por dentro de um zero cenográfico, dando um mortal perfeito, pousando do outro lado para o delírio e a surpresa da plateia de 60 mil pessoas que lotavam o Maracanã naquela noite histórica.

O primeiro recado estava dado: não tenham pena desses caras! Eles são atletas incríveis que brigam por cada décimo de segundo em uma competição, que farão quase o impossível pela oportunidade de subirem em um pódio representando seus países de origem. E assim começava a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Resultado do trabalho de um super time de mais de 500 pessoas, com alguns dos melhores profissionais do mundo que não mediram esforços para fazê-la inesquecível.

“O fato é que essas ideias, quando são realmente originais, viram marcos, impactando para sempre nosso jeito de entender o passado, viver o presente e, o mais importante, imaginar o futuro. Pois a partir delas novas possibilidades se abrem.”

Neste episódio de estreia da 5ª temporada do asterisco*, voltamos com um bate-papo entre Fred Gelli (CEO) e Ricardo Bezerra (CCO) sobre Origem e Originalidade. Esses temas, que norteiam a Tátil desde sua fundação em 1989, quando começava a trazer a Biomimética e a Sustentabilidade para as soluções de Design no Brasil, continuam vivos até hoje, 35 anos depois. Fred e Ricardo exploram os bastidores dos cases mais famosos da casa, como Natura, Coca-Cola e Rio Carnaval, e o que os levou a enxergar no Design mais do que uma profissão, uma lente para trazer a originalidade das coisas.

“Ouvindo esta música do Lenine de olhos fechados em um voo para São Paulo, me peguei em lágrimas fartas quando me dei conta do que se tratava. Ele usa uma sequência com mais de 20 adjetivos com conotações supostamente negativas, como imperfeito ou falível, para descrever simplesmente a manifestação mais original de todo o universo: a vida, ou melhor “o vivo”. Aquele que existe a partir da sofisticada alquimia bioquímica do cosmos e se manifesta em corpo e alma por aqui.

Sim. Se estamos vivos, somos realmente inconstantes e instáveis e nunca estamos satisfeitos. Em meio ao solo de piano de Amaro Freitas ao final da música, que parece dar cor e forma à explosão da vida, caíram muitas fichas ao mesmo tempo. Primeiro, a poesia e a arte são sempre atalhos para gente entender e sentir o que existe de mais importante. E depois, de como temos sido injustos com nós mesmos, cobrando a perfeição, a eternidade, o equilíbrio e a completude a meros seres vivos que somos. Uma incompatibilidade absoluta com a nossa própria natureza.”

“Na minha opinião, o melhor do festival foram as trocas que aconteceram com o poder real do encontro. Parece brincadeira, mas um dos pontos altos eram as grandes filas para as palestras, em que esbarrávamos com amigos, clientes ou simplesmente começávamos a conversar com um desconhecido genial que veio do outro lado do mundo.”

Novas tecnologias sempre foram disruptivas às anteriores. Na área criativa os computadores revolucionaram tudo o que existia. Mas agora o que está em jogo é exatamente a essência do que nos faz humanos, nossa inteligência e capacidade de inventar. Foi por conta delas que prosperamos. O que poderá acontecer com a terceirização dessas competências?